Aquele dia foi um terramoto para a minha vida.
Começo por dizer que depois de limpos os escombros, não me arrependo de nada e tudo faria novamente.
Consciente ou inconscientemente, tudo fazia para estar perto de ti.
Trabalhava horas extra.
Trabalhava nas folgas.
Sentava-me sempre no mesmo lugar, naquele, virado para ti!
Se não o fizesse o dia já não corria da mesma forma.
Quando as 15h se aproximavam, os meus olhos teimavam em não sair da porta.
Até que por fim, TU entravas.
Sempre com um sorriso, sempre discreto, sempre com o profissionalismo que te caracteriza.
Todos os dias a mesma sensação.
Meses a fio com a mesma sensação.
O gosto que era antecipar a tua chegada.
Os bicharocos no estômago.
A alegria de ouvir a tua voz.
A vontade de solicitar a tua ajuda mesmo sem precisar.
Os nervos nas tuas folgas.
Começamos por sair algumas noites.
Noites a fio de conversa.
Noites boas de gargalhada fácil.
Tanto charme, tanta doçura.
(Não eras assim só para mim, pois não?)
Alimentavas o ego destas noites.
Destas trocas de olhares.
Dos elogios…e eu, eu não sabia.
Só sabia que cedo te comecei a amar.
Só sabia que tudo dava e abandonava para estar 10m contigo.
Não sabia que supostamente seria só mais um alimento para o ego.
Não sabia que supostamente seria só mais uma conquista.
Não sabia que supostamente seria só mais um motivo de conversa entre homens
Eu não sabia!
Por Deus que não sabia que naquela noite em que te acompanhei ao jantar iria experimentar o melhor beijo da minha vida.
Acreditas que fecho os olhos e ainda te vejo no meu carro?
Ainda vejo o teu gesticular.
Ainda ouço a música que estava a dar.
Ainda sinto o beijo, aquele beijo, o nosso beijo.
Ainda te vejo a saíres do carro.
Ainda vejo mais uma vez o gesto.
E depois…
Depois só o beijo até casa.
A cabeça vazia, o corpo num turbilhão…o terramoto.
Hoje… faria tudo novamente.
Hoje… ainda te amo.
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